Mais uma vez... "O Amor"


Este texto foi escrito há muitos anos atrás quando a vida estava ainda só a começar, mas ainda hoje me surpreendo ao lê-lo. Coisas de adolescente? Talvez sim, talvez não. E porque hoje se comemora o dia dos namorados porque não voltar a publicá-lo...


A vida é algo de inimaginável, por vezes demasiado odiosa ou demasiado agradável. Não existem limites ou fronteiras para aquilo que se designa por bom ou mau modo de encarar a vida. Tudo nos leva para algo que cada vez se torna mais incompreensível, mais misterioso, mais alucinante.

Como a vida, também a arte de amar, sim porque amar é uma arte que poucos são capazes de aperfeiçoar e por vezes até melhorar e que se torna por natureza inatingível, incompreensível, confusa para estes pobres mortais, tão confusa que muitas vezes damos connosco a desejar nunca nos termos apaixonado, sem nunca saber porque é que certa pessoa nos atrai e como a maioria das vezes porque é que nós mesmos não temos também o poder de o atrair.

Muitos cientistas e psicólogos afirmam que o facto de nos sentirmos atraídos por outros provém da imagem e do sentimento que temos pelos nossos pais e como tal procuramos sempre alguém que se pareça o máximo possível com eles.

Outra ideia, esta mais literária, advém do facto de que se admiramos mais umas pessoas do que outras, deve-se ao odor particular que cada um emana do seu corpo, contudo esse odor não é aquele que se encontra dentro de tão requintados frascos que estão expostos nas montras das perfumarias, mas sim um perfume único de cada um que não pode ser extraído por qualquer processo de destilaria ou maceração, mas que nos torna únicos e como tal não é possível escondê-lo ou substituí-lo. É a nossa verdadeira essência.

A mitologia grega, por seu lado, afirmava que no início dos tempos, os Homens possuíam quatro braços, quatro pernas, duas cabeças, mas uma só alma. Até que os deuses, por maldade e poder, decidiram dividi-los ao meio. Apartir desse momento, cada homem começou a procurar a sua outra metade, a parte que faltava à sua alma. Daí que muitos procurem e como apesar de diferentes temos sempre algo de semelhante, nem sempre encontramos quem realmente nos pode completar. E isto pode-se considerar uma grande aventura, visto que procurar uma pessoa dentro de milhões de outras é bastante difícil, mas não impossível... Vivam os sortudos...

Visto isto, como poderemos encarar o facto de amarmos alguém se sabemos desde logo que pode não ser essa a pessoa ideal e que poderemos até estar a cair num poço demasiado profundo do qual poderemos não conseguir sair?

Mais uma vez a vida coloca-nos um dos seus grandes mistérios e nós, como sempre ficamos espantados e, como sempre caímos na mesma armadilha. É normal todos os seres humanos apaixonarem-se, contudo também é normal que se tornem infelizes, tão infelizes que se podem tornar insensíveis a quem realmente os ama...

O amor faz-nos criar muitas máscaras, muitas barreiras, cuja função não é mais do que impossibilitar que outros nos magoem, no entanto isso não vale de nada, apenas esconde o nosso verdadeiro “eu” e obriga-nos a exigir demais a nós próprios e a todos aqueles que nos rodeiam, pois na verdade nós é que nos magoamos a nós próprios quando nos apaixonamos...

Contudo, por mais explicações que deseje arranjar para dismitificar o amor, uma coisa não posso negar: não estou isenta de me apaixonar e muito menos de sofrer, e como eu encontram-se milhões de pessoas, que por mais que tentem resolver o segredo do amor, mantêm o seu coração a “chorar” por alguém...

3 comentários:

principezinha disse...

Obrigada pela passagem pelo blog e pelo comentário. Acredito que desta forma e com esta partilha podemos crescer como seres humanos, podemos aprender aquilo que a vida tem para nos ensinar e, quem sabe, não podemos aprender com os erros dos outros e evitar umas cabeçadas valentes... Volte sempre =)

Nuno Góis disse...

"quem sabe bem do seu valor
não vai deixar de amar
para não chorar"
Geraldo Vandré

Beijos

cristina rocha disse...

Nuno obrigado pela tua visita, mas principalmente pelo teu comentário.
É verdade, quem sabe bem do seu valor não tem medo, mas sim coragem de continuar a amar... Porque tem a certeza daquilo que realmente merece e sabe que um dia o encontrará.

Beijos