Porque errar é humano

Se por todas as vezes que hesitamos seguir o nosso coração, caísse uma estrela do céu, neste momento todo o universo estaria repleto numa enorme penumbra. É incrível como nós humanos, apesar de nos acharmos sermos racionais e inteligentes, cometemos a maior gafe inerente à nossa natureza: não seguimos os nossos instintos, que mais não fazem do que nos guiar para a nossa sobrevivência e para a nossa felicidade.

Teimamos piedosamente contra aquilo que pensamos nos fazer mal, mas no fundo não estaremos simplesmente a fugir daquilo que tão bem nos faz?

Pode parecer algo insano o que acabei que escrever, mas se pensarmos bem, o que é costuma acontecer ao longo da nossa vida? Inicialmente o nosso instinto, numa dada situação impele-nos para agirmos, mas por medo, por covardia, pela nossa racionalidade, fugimos. Ora uns tempos mais tarde acabamos por nos deparar com a dura realidade: aquele momento era o da nossa felicidade e deixámo-lo fugir.

É claro que, como seres inteligentes que somos guardamos esta informação preciosamente, à espera de outro momento, sim porque a vida dá sempre outra hipótese e teremos sempre outra oportunidade para nos redimirmos.
E eis que o tão aguardado momento surge. Imediatamente não damos ouvidos ao nosso coração, mais uma vez, porque o momento é em todo igual, o que poderia acontecer de errado? Arriscamos e a queda é enorme. Caímos porque mais uma vez não ouvimos o nosso interior que suavemente nos avisava das artimanhas desta situação, mas a nossa razão suplantou mais uma vez o coração, se tudo era tão igual, qual a diferença?

Lembremo-nos sempre de que a vida foi feita para nos surpreender constantemente e colocar-nos a cada milésimo de segundo à prova.
Nunca duas situações por mais semelhantes que pareçam, nunca são iguais, na natureza nada é igual, tudo é único, assim como na vida.
Como encontrar então a felicidade? Ouvir, por mais louco que pareça, o nosso singelo coração. Segui-lo por vezes pode parecer que só nos trás sofrimento, mas se o caminho fosse simples será que saberíamos apreciar a verdadeira felicidade?

No fundo, basta estar atento porque a felicidade não foge, não está escondida, ela paira por todo o lado, pronta e desejosa de nos poder abraçar…


(Dezembro 2006)

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